“É um lei de justiça se retribuir o que se recebeu.
Como Deus nos deu o que somos,
devolvamos-lhe todo nosso ser”.
Santo Agostinho
Como Deus nos deu o que somos,
devolvamos-lhe todo nosso ser”.
Santo Agostinho
Jovem vocacionado!
Nosso desejo é de lhe transmitir um pouco do que a vida do Agostiniano tem pra oferecer, se você tem um coração inquieto, e está em busca permanente da verdade, assim como um dia fez o jovem Agostinho. É esta umas das grandes características do Agostiniano, possuir um coração inquieto que busca incessantemente a Verdade. E qual seria esta Verdade? Para Agostinho encontrar a Verdade é encontrar a Deus que é a própria Verdade: “Eu te invoco, Deus Verdade, em quem, por quem e mediante quem é verdadeiro tudo o que é verdadeiro” (Solilóquios 1, 1, 3).
Somos Frades Agostinianos da Ordem de Santo Agostinho no Brasil. Atualmente estamos em processo de formação da Província Brasileira. Para tal está constituída a Federação dos Agostinianos do Brasil, que é formada por três circunscrições: O Vicariato do Santíssimo Nome de Jesus, o Vicariato de Castela e a Delegação de Malta.
Toda Ordem ou Congregação religiosa possui um carisma próprio, característico de sua espiritualidade, que expressa o seu modo de vida, especificando as qualidades peculiares do dom que permanece mediante uma unidade histórica vivida vocacionalmente, enriquecida e desenvolvida pela experiência de seus membros de acordo com os ensinamentos de seu fundador ou pai Espiritual. Deste modo, a comunidade está capacitada para viver fiel à própria espiritualidade, consentindo que outros possam ascender a viver a mesma vocação, enquanto o espírito garante sua genuína continuidade. No caso do carisma da Ordem de Santo Agostinho, a nossa herança vem do próprio Santo de Hipona, o qual não fundou a Ordem, mas que desenvolveu sua espiritualidade que se difundiu, fato a seus escritos e sua Regra de vida. Concretamente enquanto Instituição religiosa a Ordem de Santo Agostinho, foi fundada pela Santa Igreja em 1256 pelo Papa Alexandre IV. A Ordem nasceu tendo somente a Regra e só depois desenvolveu-se a partir desta, e das obras de Santo Agostinho, todo o pensamento e carisma agostiniano. “(...) a identidade agostiniana, na qual se unem e complementam a rica herança da espiritualidade de santo Agostinho e sua concepção da vida consagrada com as características próprias das ordens mendicantes (cf. Const. OSA, 7)”.
Assim podemos elencar os três grandes pilares do carisma Agostiniano: A Interioridade, a Comunhão de Vida e o Serviço à Igreja. Vamos saber mais sobre cada um deles.
A primeira atitude do agostiniano é a Interioridade, produto de seu espírito inquieto. A célebre frase de Agostinho nas Confissões revela esta inquietude: “(...) fizeste-nos Senhor para ti, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em ti” (Conf. 1, 1, 1). A interioridade é um movimento para dentro de si mesmo, e dentro de si, encontrar o Cristo que habita em nossos corações. Requer um auto-conhecimento, uma experiência íntima que revela quem somos, Agostinho nos propõe a fazer um turismo interior: “os homens vão admirar os cumes dos montes, as ondas alterosas do mar, as largas correntes dos rios, a amplidão do oceano, as órbitas dos astros: e nem pensam em si mesmos” (Conf. 10, 8, 15). O Agostiniano inicia sua jornada para Deus porque desde o primeiro momento, Deus está no fundo do seu ser. “Santo Agostinho concebe a interioridade como plenitude de ser e de vida em que o conhecimento de si mesmo se abre ao conhecimento de Deus e inclui toda a riqueza do mundo criado. A partir dessa luz podemos pensar que aquele que possui vida interior é uma pessoa que se liberta para escutar e acolher melhor as vozes do ambiente em que vive. É pessoa que escuta todas as vozes e faz seus todos os sofrimentos dos outros para se abrir, dessa forma, ao mistério do divino” (Cad. Esp. Agost.. Interioridade. Vol 23. Fabra).
A segunda atitude prática do Agostiniano, e pode-se dizer que quase uma atitude existencial nele, é a procura permanente da companhia dos outros, isto é, a Comunhão de Vida. A vida comunitária é comum a toda instituição religiosa, mas para o Agostiniano tem um caráter fundamental, de sentido de vida, pois o próprio Agostinho tinha esse ideal, o da vida fraterna, a exemplo da Santíssima Trindade e dos primeiros cristãos, inspirado nos Atos dos Apóstolos 4: 32-35, “Em primeiro lugar – já que com este fim vos haveis congregado em comunidade – vivei unânimes em casa e tende uma só alma e um só coração orientados para Deus” (Regra, 1, 3). “Dessa maneira tua alma não é própria tua, e sim de todos os irmãos, cujas almas também são tuas; ou melhor as almas deles com as tuas não são várias almas, mas uma única alma, a única alma de Cristo (...)” (Carta 243, 4). O homem espiritualizado no carisma agostiniano é ligado por uma cordial e profunda amizade com cada um dos seus irmãos, vive um profundo sentido de presença, desfruta com a convivência fraterna, e ele mesmo é criador de comunidade, ainda com os que não são comunitários. Grande valor que constitui fundamento do nosso carisma é ainda a comunhão de bens: “E não possuais nada como próprio, mas tende tudo em comum (...)” (Regra, 1, 4).
E por fim, o terceiro pilar do carisma Agostiniano é o Serviço à Igreja. O Agostiniano é um contemplativo em missão, tendo em vista que nosso apostolado tem por objetivo alcançar a necessidade da Igreja onde ela precise. Ademais, o carisma agostiniano possui como características o equilíbrio entre o “ócio santo” da vida contemplativa com a vida comunitária e o serviço na ação pastoral e missionária. Enamorado da grande causa do reino, vive em comunhão com o seu povo; enculturado nos seus valores, religiosidade, sabedoria, anseios, sofrimentos e esperanças, descobrindo e dinamizando em cada pessoa, em cada grupo, seu particular processo de salvação, evangelizando-o e deixando-se evangelizar por ele. Conhece profundamente a realidade do mundo em que vive, julgando-a desde a própria opção cristã, e nela se insere para transformá-la com os valores do reino. É sensível e solidário especialmente com os pobres e os doentes, pois neles vê um privilegiado lugar teológico. Eleva suas preces para Deus, com seu testemunho e sua palavra, e transmite, constantemente, vida e esperança, ali onde os seres humanos vivem marcados pela marginalização, a pobreza, a opressão, a violência, a desesperança e a morte. Agostinho mesmo nos exorta: “Se tens ordenada a caridade, deve saber antepor o maior ao menor e deixar-te mover pela misericórdia, para que os pobres sejam evangelizados; para que não fiques à mercê das aves, por falta de seguidores, a copiosa messe do Senhor; para ter preparado o coração para seguir a vontade de Deus, tanto nas dores como nos favores que dispensa ao seu servo” (Carta 243, 12).
Portanto, jovem vocacionado, é este o nosso carisma, é essa a nossa espiritualidade agostiniana! Se você se identifica com nosso estilo de vida, como nosso jeito de expressar nossa vocação na Ordem de Santo Agostinho, é convidado a manter contato conosco e a experimentar mais de perto o chamado que Cristo Jesus nos faz: “Avancem para águas mais profundas e lancem as redes para a pesca (...) Não tenha medo! De hoje em diante você será pescador de homens (...) deixaram tudo e seguiram a Jesus” (Lucas 5: 4; 10-11).
Que o Deus do amor e da esperança fortaleça nossa fé nesta caminhada vocacional, Ele que se faz Caminho, Verdade e Vida, vida em nossas vidas. Santo Agostinho e Maria Santíssima, Mãe do Bom Conselho interceda por nós todos. Amém.
Nosso desejo é de lhe transmitir um pouco do que a vida do Agostiniano tem pra oferecer, se você tem um coração inquieto, e está em busca permanente da verdade, assim como um dia fez o jovem Agostinho. É esta umas das grandes características do Agostiniano, possuir um coração inquieto que busca incessantemente a Verdade. E qual seria esta Verdade? Para Agostinho encontrar a Verdade é encontrar a Deus que é a própria Verdade: “Eu te invoco, Deus Verdade, em quem, por quem e mediante quem é verdadeiro tudo o que é verdadeiro” (Solilóquios 1, 1, 3).
Somos Frades Agostinianos da Ordem de Santo Agostinho no Brasil. Atualmente estamos em processo de formação da Província Brasileira. Para tal está constituída a Federação dos Agostinianos do Brasil, que é formada por três circunscrições: O Vicariato do Santíssimo Nome de Jesus, o Vicariato de Castela e a Delegação de Malta.
Toda Ordem ou Congregação religiosa possui um carisma próprio, característico de sua espiritualidade, que expressa o seu modo de vida, especificando as qualidades peculiares do dom que permanece mediante uma unidade histórica vivida vocacionalmente, enriquecida e desenvolvida pela experiência de seus membros de acordo com os ensinamentos de seu fundador ou pai Espiritual. Deste modo, a comunidade está capacitada para viver fiel à própria espiritualidade, consentindo que outros possam ascender a viver a mesma vocação, enquanto o espírito garante sua genuína continuidade. No caso do carisma da Ordem de Santo Agostinho, a nossa herança vem do próprio Santo de Hipona, o qual não fundou a Ordem, mas que desenvolveu sua espiritualidade que se difundiu, fato a seus escritos e sua Regra de vida. Concretamente enquanto Instituição religiosa a Ordem de Santo Agostinho, foi fundada pela Santa Igreja em 1256 pelo Papa Alexandre IV. A Ordem nasceu tendo somente a Regra e só depois desenvolveu-se a partir desta, e das obras de Santo Agostinho, todo o pensamento e carisma agostiniano. “(...) a identidade agostiniana, na qual se unem e complementam a rica herança da espiritualidade de santo Agostinho e sua concepção da vida consagrada com as características próprias das ordens mendicantes (cf. Const. OSA, 7)”.
Assim podemos elencar os três grandes pilares do carisma Agostiniano: A Interioridade, a Comunhão de Vida e o Serviço à Igreja. Vamos saber mais sobre cada um deles.
A primeira atitude do agostiniano é a Interioridade, produto de seu espírito inquieto. A célebre frase de Agostinho nas Confissões revela esta inquietude: “(...) fizeste-nos Senhor para ti, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em ti” (Conf. 1, 1, 1). A interioridade é um movimento para dentro de si mesmo, e dentro de si, encontrar o Cristo que habita em nossos corações. Requer um auto-conhecimento, uma experiência íntima que revela quem somos, Agostinho nos propõe a fazer um turismo interior: “os homens vão admirar os cumes dos montes, as ondas alterosas do mar, as largas correntes dos rios, a amplidão do oceano, as órbitas dos astros: e nem pensam em si mesmos” (Conf. 10, 8, 15). O Agostiniano inicia sua jornada para Deus porque desde o primeiro momento, Deus está no fundo do seu ser. “Santo Agostinho concebe a interioridade como plenitude de ser e de vida em que o conhecimento de si mesmo se abre ao conhecimento de Deus e inclui toda a riqueza do mundo criado. A partir dessa luz podemos pensar que aquele que possui vida interior é uma pessoa que se liberta para escutar e acolher melhor as vozes do ambiente em que vive. É pessoa que escuta todas as vozes e faz seus todos os sofrimentos dos outros para se abrir, dessa forma, ao mistério do divino” (Cad. Esp. Agost.. Interioridade. Vol 23. Fabra).
A segunda atitude prática do Agostiniano, e pode-se dizer que quase uma atitude existencial nele, é a procura permanente da companhia dos outros, isto é, a Comunhão de Vida. A vida comunitária é comum a toda instituição religiosa, mas para o Agostiniano tem um caráter fundamental, de sentido de vida, pois o próprio Agostinho tinha esse ideal, o da vida fraterna, a exemplo da Santíssima Trindade e dos primeiros cristãos, inspirado nos Atos dos Apóstolos 4: 32-35, “Em primeiro lugar – já que com este fim vos haveis congregado em comunidade – vivei unânimes em casa e tende uma só alma e um só coração orientados para Deus” (Regra, 1, 3). “Dessa maneira tua alma não é própria tua, e sim de todos os irmãos, cujas almas também são tuas; ou melhor as almas deles com as tuas não são várias almas, mas uma única alma, a única alma de Cristo (...)” (Carta 243, 4). O homem espiritualizado no carisma agostiniano é ligado por uma cordial e profunda amizade com cada um dos seus irmãos, vive um profundo sentido de presença, desfruta com a convivência fraterna, e ele mesmo é criador de comunidade, ainda com os que não são comunitários. Grande valor que constitui fundamento do nosso carisma é ainda a comunhão de bens: “E não possuais nada como próprio, mas tende tudo em comum (...)” (Regra, 1, 4).
E por fim, o terceiro pilar do carisma Agostiniano é o Serviço à Igreja. O Agostiniano é um contemplativo em missão, tendo em vista que nosso apostolado tem por objetivo alcançar a necessidade da Igreja onde ela precise. Ademais, o carisma agostiniano possui como características o equilíbrio entre o “ócio santo” da vida contemplativa com a vida comunitária e o serviço na ação pastoral e missionária. Enamorado da grande causa do reino, vive em comunhão com o seu povo; enculturado nos seus valores, religiosidade, sabedoria, anseios, sofrimentos e esperanças, descobrindo e dinamizando em cada pessoa, em cada grupo, seu particular processo de salvação, evangelizando-o e deixando-se evangelizar por ele. Conhece profundamente a realidade do mundo em que vive, julgando-a desde a própria opção cristã, e nela se insere para transformá-la com os valores do reino. É sensível e solidário especialmente com os pobres e os doentes, pois neles vê um privilegiado lugar teológico. Eleva suas preces para Deus, com seu testemunho e sua palavra, e transmite, constantemente, vida e esperança, ali onde os seres humanos vivem marcados pela marginalização, a pobreza, a opressão, a violência, a desesperança e a morte. Agostinho mesmo nos exorta: “Se tens ordenada a caridade, deve saber antepor o maior ao menor e deixar-te mover pela misericórdia, para que os pobres sejam evangelizados; para que não fiques à mercê das aves, por falta de seguidores, a copiosa messe do Senhor; para ter preparado o coração para seguir a vontade de Deus, tanto nas dores como nos favores que dispensa ao seu servo” (Carta 243, 12).
Portanto, jovem vocacionado, é este o nosso carisma, é essa a nossa espiritualidade agostiniana! Se você se identifica com nosso estilo de vida, como nosso jeito de expressar nossa vocação na Ordem de Santo Agostinho, é convidado a manter contato conosco e a experimentar mais de perto o chamado que Cristo Jesus nos faz: “Avancem para águas mais profundas e lancem as redes para a pesca (...) Não tenha medo! De hoje em diante você será pescador de homens (...) deixaram tudo e seguiram a Jesus” (Lucas 5: 4; 10-11).
Que o Deus do amor e da esperança fortaleça nossa fé nesta caminhada vocacional, Ele que se faz Caminho, Verdade e Vida, vida em nossas vidas. Santo Agostinho e Maria Santíssima, Mãe do Bom Conselho interceda por nós todos. Amém.
Frei Rogerio Santana, OSA.
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