A conversão
de Agostinho
Neste dia, 24, recordamos a conversão de nosso pai santo
Agostinho. Agostinho teve, ao longo de sua vida, muitas conversões: á
filosofia, ao maniqueísmo, ao neoplatonismo, ao ceticismo filosófico e ao
cristianismo ( 387). Ele não tinha vergonha de assumir seus erros e recomeçar a
busca. Era humilde e buscava, antes de tudo, a verdade. Foi buscando-a que ele,
deixou de ser um adolescente rebelde e tornou-se um enamorado da filosofia; foi
tentando se aprofundar nesta verdade, que ele caiu nas malhas dos maniqueus; e
foi buscando maior clareza de suas verdades, que deixou os maniqueus e caiu na
rede do ceticismo. Passou de enamorado da verdade, para um cético ferrenho com
relação a possibilidade de encontrá-la. Porém, aí não parou. Também
descontentou-se com o ceticismo, percebeu-lhe as incoerências. E recomeçou a busca. Buscando com seu coração
inquieto e angustiado, deu-se de encontro, ou melhor de reencontro com a fé
cristã. Deu-se conta de que sempre
estivera com a verdade. E num verdadeiro momento de gozo e alegria confessou: “Tarde
te amei, Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro de
mim, e eu lá fora, a te procurar! Eu, disforme, me atirava à beleza das formas
que criaste. Estavas comigo, e eu não estava em ti. Retinham-me longe de ti
aquilo que nem existiria se não existissem em Ti. Tu me chamaste, gritaste por
mim, e venceste minha surdez. Brilhaste, e teu esplendor afugentou minha
cegueira. Exalaste teu perfume, respirei-o, e suspiro por ti. Eu te saboreei, e
agora tenho fome e sede de ti. Tocaste-me, e o desejo de tua paz me inflama”. (
Conf.X, 17)
Para nós agostinianos,
sua história e herança espiritual nos dá o modelo do ser agostiniano. Sua presença em nosso meio, por meio de seus
escritos, jamais nos deixa esquecer a nossa meta: Deus e o encontro pessoal e
comunitário com ele.
Sua vida foi, e nossa vida deve ser: uma busca
intensa. Seu desejo básico era, e o nosso precisa ser: progredir sempre. Sua
meta foi, e a nossa tem que ser: encontrar-se com a verdade. Sua luta:
permanecer sempre nesta verdade. A conversão nos lembra que Deus age em nossa
história. Não estamos sozinhos. A graça nos acompanha.
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