Atendendo a um pedido que me fizeram e desejando prestar uma pequena colaboração em vista da celebração do Ano Vocacional Agostiniano, vou narrar alguns fatos relacionados com a minha vocação Agostiniana, esperando que sirvam como testemunho e estímulo para os novos vocacionados. Na história da minha vocação não há nada de especial ou extraordinário a não ser a própria vocação religiosa que, por si mesma, já é uma graça especial de Deus, que escolhe e chama a quem ele quer.
Meu nome é Antonino Fernandez, nasci no dia 16 de junho de 1928, numa pequena aldeia chamada Villamondrin de Rueda da Província de León na Espanha.
Meu nome é Antonino Fernandez, nasci no dia 16 de junho de 1928, numa pequena aldeia chamada Villamondrin de Rueda da Província de León na Espanha.
A minha vocação religiosa teve início no seio da própria família. Dentro dela surgiram diversas vocações, sendo duas de freiras que vivem fora da Espanha e cinco de sacerdotes primos irmãos; um deles sacerdote diocesano e quatro agostinianos, entre eles, o Pe. Mário que trabalhou durante algum tempo em Campinas e faleceu em Edéia (GO), vítima de acidente de automóvel. Meus pais eram profundamente religiosos. Seu maior desejo foi sempre ter um filho sacerdote. Na mesma semana em que nasci, recebi o sacramento do Batismo e no ano seguinte o sacramento da Crisma. Aos 6 anos de idade a minha mãe levou-me ao Santuário da Virgen del Camino, padroeira de León, para consagrar-me a ela. Aos 7 anos, recebi o sacramento da Eucaristia e tornei-me coroinha da Paróquia.
Durante a guerra espanhola (1936-39), o Pároco foi convocado para servir ao Exército e teve que deixar a Paróquia. Nesse período meu pai assumiu todas as atividades paroquiais que um leigo podia assumir naquele tempo. A minha vocação foi orientada para a Ordem Agostiniana através dos contatos vocacionais com os Padres Agostinianos do Colégio de León. A minha iniciação escolar e cursos básicos foi a partir dos 7 anos de idade em Villamondrin de Rueda.
No mês de outubro de 1940, com 12 anos de idade, ingressei no Seminário dos Padres Agostinianos de Calahorra (La Rioja) - Concluido o propedêutico, fiz o noviciado e o primeiro ano de Filosofia na cidade de Guernica. Depois voltei novamente para Calahorra, onde concluí os dois anos restantes de Filosofia e os quatro de Teologia. A Profissão simples ocorreu no mês de outubro de 1944 e a Profissão solene no mês de julho de 1949. Recebi o sacramento da Ordem Presbiteral no dia 24/06/1951 pela imposição das mãos do Bispo Dom Xavier Ochoa, Agostiniano Recoleto expulso da China pelos comunistas e que estava de passagem por Calahorra.
Em setembro do mesmo ano (1951), fui destinado juntamente com mais 9 Padres à Prelazia de Jataí (GO) no Brasil. Aqui tudo nos parecia estranho e diferente, a começar pela língua portuguesa; porém estávamos animados. Éramos muito jovens, eu era o “Benjamin” da turma, com apenas 23 anos de idade. Em Jataí não havia casa paroquial; hospedamos-nos com o Sr. Bispo numa casa tão pobre e humilde que só por brincadeira poderia chamar-se “Palácio Episcopal”.
A Paróquia de Jataí onde morei durante 9 anos era sede da Prelazia. A extensão da Paróquia era de 28.000 Km2 incluindo-se nesta área diversas comunidades, capelas e pequenos povoados - com enormes distâncias a percorrer e caminhos quase intransitáveis, os meios de transportes eram paradoxalmente o avião (teco-teco) e o cavalo até que alguns anos mais tarde conseguimos um jeep. No início do ano 1961 fiquei na cidade de Rio Verde como Vigário Paroquial e em 1963 fui transferido para Goiânia onde exerci o ministério como Vigário Paroquial e Pároco.
Entretanto, no ano de 1967, fui destinado à Paróquia de Campinas; e após um intervalo de 4 anos na Paróquia de São Carlos em São Paulo, novamente fui transferido para a Paróquia de Santo Antonio de Campinas, onde contínuo muito feliz tentando prestar meus serviços a esta comunidade maravilhosa.
Aqui recebi carinho, compreensão, tolerância e amor manifestados diariamente, mas especialmente nas celebrações de aniversário, Bodas de Prata, Bodas de Ouro, outorga de título de cidadão Campineiro etc. Após 59 anos de sacerdócio e 67 de vida religiosa na Ordem Agostiniana, gostaria de poder dizer como o Apóstolo São Paulo na 2ª Epístola a Timóteo 4, 7: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”. Seria eu muito insensato se pretendesse identificar-me com essas palavras. Só posso dizer que, apesar de tudo...valeu a pena. Deus seja louvado!
Durante a guerra espanhola (1936-39), o Pároco foi convocado para servir ao Exército e teve que deixar a Paróquia. Nesse período meu pai assumiu todas as atividades paroquiais que um leigo podia assumir naquele tempo. A minha vocação foi orientada para a Ordem Agostiniana através dos contatos vocacionais com os Padres Agostinianos do Colégio de León. A minha iniciação escolar e cursos básicos foi a partir dos 7 anos de idade em Villamondrin de Rueda.
No mês de outubro de 1940, com 12 anos de idade, ingressei no Seminário dos Padres Agostinianos de Calahorra (La Rioja) - Concluido o propedêutico, fiz o noviciado e o primeiro ano de Filosofia na cidade de Guernica. Depois voltei novamente para Calahorra, onde concluí os dois anos restantes de Filosofia e os quatro de Teologia. A Profissão simples ocorreu no mês de outubro de 1944 e a Profissão solene no mês de julho de 1949. Recebi o sacramento da Ordem Presbiteral no dia 24/06/1951 pela imposição das mãos do Bispo Dom Xavier Ochoa, Agostiniano Recoleto expulso da China pelos comunistas e que estava de passagem por Calahorra.
Em setembro do mesmo ano (1951), fui destinado juntamente com mais 9 Padres à Prelazia de Jataí (GO) no Brasil. Aqui tudo nos parecia estranho e diferente, a começar pela língua portuguesa; porém estávamos animados. Éramos muito jovens, eu era o “Benjamin” da turma, com apenas 23 anos de idade. Em Jataí não havia casa paroquial; hospedamos-nos com o Sr. Bispo numa casa tão pobre e humilde que só por brincadeira poderia chamar-se “Palácio Episcopal”.
A Paróquia de Jataí onde morei durante 9 anos era sede da Prelazia. A extensão da Paróquia era de 28.000 Km2 incluindo-se nesta área diversas comunidades, capelas e pequenos povoados - com enormes distâncias a percorrer e caminhos quase intransitáveis, os meios de transportes eram paradoxalmente o avião (teco-teco) e o cavalo até que alguns anos mais tarde conseguimos um jeep. No início do ano 1961 fiquei na cidade de Rio Verde como Vigário Paroquial e em 1963 fui transferido para Goiânia onde exerci o ministério como Vigário Paroquial e Pároco.
Entretanto, no ano de 1967, fui destinado à Paróquia de Campinas; e após um intervalo de 4 anos na Paróquia de São Carlos em São Paulo, novamente fui transferido para a Paróquia de Santo Antonio de Campinas, onde contínuo muito feliz tentando prestar meus serviços a esta comunidade maravilhosa.
Aqui recebi carinho, compreensão, tolerância e amor manifestados diariamente, mas especialmente nas celebrações de aniversário, Bodas de Prata, Bodas de Ouro, outorga de título de cidadão Campineiro etc. Após 59 anos de sacerdócio e 67 de vida religiosa na Ordem Agostiniana, gostaria de poder dizer como o Apóstolo São Paulo na 2ª Epístola a Timóteo 4, 7: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”. Seria eu muito insensato se pretendesse identificar-me com essas palavras. Só posso dizer que, apesar de tudo...valeu a pena. Deus seja louvado!